quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Chapter I

Ela vestia um macacão jeans manchado de tinta assim como seu tênis azul marinho, o vento batia em seus curtos cabelos ruivos fazendo-o cair displicentemente sob seu rosto. Ele podia senti seu perfume cítrico d’onde estava. - Trouxe tudo que lhe pedi? - Morgana perguntou docemente, enquanto se escorava na porta do fiat velho.
- Trouxe. - O menino sibilou sorrindo. Era incrível como ficava entorpecido com seu perfume. - Doces, vinho e cigarros, como você pediu.
- Sabia que esqueceria o mapa, Zach. - Ela sorriu e lhe beijou rapidamente, entrando no carro em seguida. - Por isso o trouxe.
Zacharie entortou a cara em uma careta amável e adentrou o carro. Nunca entendeu direito a fissura da garota por mapas, o que eles tinham demais?! Era só perguntar a alguém na rua, simples assim. Deu ignicao ao motor enquanto Morgana tirava seu milhões de mapas da bolsa preta. A menina abaixou os vidros fazendo com que o vento batesse e baguncasse ainda mais seus cabelos úmidos. O ventilador de seu stúdio quebrara na noite passada, noite na qual ela passara pintando aquele enorme vitral que lhe fora encomendado, noite na qual ela manchara sua última roupa ainda intacta. Tintas para vidro nunca eram fáceis de serem lavadas, mas ela não se importava - todas as suas roupas eram sujas mesmo. Zacharie assobiava uma música qualquer entre os lábios enquanto o silêncio reinava. Ao contrário dos outros eles gostavam do silêncio, palavras sempre foram complicadas para os dois. Morgana o olhou e sorriu, Zach apertou sua mão levemente enquanto mantinha os olhos vidrados na estrada de terra, que os engolia lentamente. Ela dormiu poucas horas depois.

O carro havia parado há poucos minutos. Morgana ainda dormia. Zacharie, ao lado, bebericava seu vinho lentamente.- - Não me diga que nós chegamos e você está tentando advinhar meus sonhos novamente. – Morgana falou mansa, com os olhos ainda fechados.

- Este me pareceu agradável. Você não fez o barulhinho com a boca. - O garoto respondeu, nada supreso por ela estar acordada.

- É, este foi bom. – Morgana abriu os olhos e se sentou corretamente. - Estava na casa de minha avó e ela fazia aqueles bolinhos de chuva fantásticos, daí eu comi um e comecou a chover. Eu fiquei maravilhada e fui comer os bolinhos de chuva na chuva com vovó, ela sorriu e disse que voltaria. Eu acordei.

- Hm, difícil de advinhar esse, nada de monstros, dinossauros, doces e perseguicoes...

- Acho que meu cérebro cansou de me fazer correr no sonhos... Estava na hora. – Ela sorriu. – O que você imaginou, doutor?

- Pela falta de barulho vi que era algo bom. Algo relacionado a mim, provavelmente. – Zach sorriu enviesado, Morgana arqueou as sobrancelhas. – Estávamos naquele loft na Franca, eu estava deitado no tapete e você pintava qualquer coisa n'uns guardanapos e os colava na parede. Daí, repentinamente você sentava em meu colo, e depois de algum tempo nos transávamos loucamente... algo como cinco ou seis vezes. Depois comíamos morangos e você dormiria enquanto eu lhe a um escrevia um música esperando o sono chegar. – Morgana gargalhou alto e soltou qualquer palavrão. – É, eu sou bem romântico.

A menina se aproximou e mordeu seu queixo lentamente. Adorava morder Zach, sua colônia masculina tinha gosto de hortelã e seu queixo tinha aroma de cigarro, era perfeito. - Levante-se ou meu estômago vai digerir meus outros orgãos se você continuar narrando seus desejos sexuais.
Zacharie riu e se levantou carregando a pequena mala consigo.

(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário